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Goleiro Santos completa 150 jogos pelo Athletico, celebra conquistas e vira ídolo no clube; conheça a história deste paraibano

Fundado em 26 de março de 1924, o Club Athletico Parananense vive em 2019 um dos seus melhores momentos, desde a sua fundação.

Após a conquista inédita do Brasileiro em 2001, o Athletico volta a configurar dentre ao cenário de conquistas de grandes títulos do futebol brasileiro. A equipe nesta última quarta-feira(18) voltou a fazer história ao conquistar o título inédito da Copa do Brasil.

Um dos grandes responsáveis por essa conquista e as demais conquistas recentes do club  Athletico Parananense, o goleiro Santos vive também o seu melhor momento no clube, após ficar mais de sete anos na reserva esperando apenas uma oportunidade na meta do gol do clube paranaense.

De uma infância pobre, o camisa 1 se tornou hoje um dos principais nomes do Furacão. Nesta quarta-feira, ele completou 150 jogos pelo clube paranaense e entrou de vez para a história do clube com o título inédito da Copa do Brasil.

Após ajudar a equipe a chegar à decisão, sendo importante nas eliminações do Flamengo nas quartas de final e do Grêmio na fase seguinte, Santos foi decisivo também na grande final, onde realizou grandes defesas e sendo um dos grandes responsáveis pela conquista.

Santos também já havia sido decisivo em outra grande conquista do Athletico-PR em 2018, que foi o título inédito da Copa Sul-Americana. A equipe parananense realizou uma ótima campanha, passando por grandes clubes, como o Newell’s Old Boys, Peñarol, Caracas, Bahia, Fluminense e Junior Barranquilla na final, onde venceu de forma dramática nos pênaltis por 4 a 3, tendo o goleiro Santos como a grande estrela.

CONHEÇA A HISTÓRIA DO PARAIBANO SANTOS

Aderbar Melo dos Santos Neto carrega no nome uma homenagem ao avô, que era agricultor em Cabaceiras, no interior da Paraíba, a 180km da capital João Pessoa.

O goleiro do Athletico-PR é o pilar da família, que mora na cidade conhecida como a “Roliúde Nordestina” – em referência aos mais de 25 filmes gravados na região.

Nascido em Campina Grande, terra conhecida por ter o maior São João do mundo, Santos tem fama de quieto até em família. Santos é o filho mais novo dos oito de Seu Severino e Dona Amara. O pai dele era agricultor e trabalhava na roça preparando a terra para a plantação, além de ser também pescador – Santos muitas vezes o ajudou nessa atividade –, enquanto a mãe costurava roupas na luta pelo sustento da família. De todos os integrantes da casa, nenhum levava jeito para jogador.

TRAJETÓRIA

Mas, para chegar a esse nível na carreira, Santos começou, de fato, foi na Escola Municipal de Cabaceiras, numa brincadeira entre amigos. O irmão dele se recorda bem da história.

Os meninos viram que ele sempre gostou de ir para o gol e tinha coragem. Mas ele era pequeno e o pessoal tinha medo de colocá-lo no gol porque tinha medo de machucar. Depois Santos foi crescendo e começou a treinar com Ismar (primeiro técnico), que levou ele para Dário (segundo treinador da carreira na Paraíba), em Campina Grande, para o Treze. Fez apenas dois meses de treinamento e depois já foi indicado para o Porto de Caruaru – comentou Ari.

Para se deslocar de Cabaceiras até Campina Grande todos os dias, onde treinava com Dário, Santos precisava pegar carona. E muitas das vezes saiu de casa sem ter feito uma refeição completa. O garoto pobre não tinha nem o que levar como lanche.

Tinha vez que saía só com uma banana de casa para ir treinar. Quando não ia de carona, eu ia buscar de moto ou ele dormia na casa de algum amigo por não ter como voltar. O padrinho dele, Zezé, era quem chegava a ajudar e uma irmã minha também, que tinha uma locadora de DVD na época – disse o irmão do goleiro de 1,88m.

O goleiro relembra que precisava escolher o momento certo para se alimentar. Antes ou depois do treino. Na época não era possível fazer as duas coisas. Marcas que ficaram na memória.

Nós não tínhamos condições de fazer um percurso confortável, pagando passagem e uma alimentação adequada. Precisava sair pegando carona.

Esperava na saída da cidade alguém que passasse e assim eu ia. O que passasse, como ambulância, carro de boi ou moto, já pegava uma carona e tentava economizar para o próximo dia, para a volta ou até para comer. Era bem sofrido.

O paraibano seguiu para o Porto de Caruaru em 2006. No clube do interior de Pernambuco, ele se destacou na Copa São Paulo de Futebol Júnior em 2008, quando surgiu o convite do Athletico-PR. No ano seguinte já no Furacão acabou sendo vice-campeão da Copinha.

Ele foi muito bem naquela Copinha de 2008. Pegou dois pênaltis contra o Fortaleza. Depois em 2009 defendeu um pênalti de Oscar, que era do São Paulo. Quando a gente viu acontecendo, percebi que as coisas estavam ficando sérias e a trajetória ia dar certo.

Depois de chegar ao clube paranaense em 2008, Santos precisou esperar para se firmar após subir para o profissional em 2011. Tempo que durou muito. Só veio a atuar, de fato, com mais frequência no ano passado, depois da saída de Weverton para o Palmeiras. Esteve em campo 56 vezes e se tornou peça fundamental também na conquista da Copa Sul-Americana pela primeira vez na história do Furacão.

Às vezes, quando estamos conversando, a gente nem imagina que da família saiu um jogador. Ninguém tem aptidão, todo mundo é uma tristeza (risos). É gratificante ver que batalhamos para ver onde ele está hoje.

Esperamos que ele vá para a seleção brasileira e faça a vida dele. Ele indo bem, todo mundo vai bem – diz o irmão Ari.

Cariri Esporte

Informações Globoesporte.com

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